sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Minha vida com a síndrome do pânico

Tudo começou há muito tempo, quando eu tinha 9 ou 10 anos, comecei a pensar na vida, ou melhor, na morte, com esses pensamento meu coração começava a acelerar e eu pensava que ia morrer, mas bastava minha mãe me amparar que eu me sentia melhor, acho que tive umas duas crises nessa época, mas minha vida nunca mais foi a mesma, fiquei com  trauma de ouvir os batimentos do meu coração. Ao deitar, evitava ficar de lado com o ouvido pressionado, pois eu começava a acompanhar os batimentos e sentia medo de ter aquilo novamente. Lembro que uns quatro anos depois senti os coração bem acelerado, o que me deixou bem nervosa, mas passou, o tempo passou, minha vida seguiu normalmente, mas sempre fiquei com um pé atrás com meu coração, lembro que chequei a fazer um eletrocardiograma quando tinha uns 17 anos, e minha vida seguiu...

O meu amigo inseparável de décadas sempre esteve do meu lado de mãos dadas: o medo. Sempre achei que tinha uma doença grave, se sentia uma dor no estômago, na minha cabeça vinha logo o câncer, pensando desta forma, já me diagnostiquei com câncer em várias partes do meu corpo, mas sempre acabava deixando de lado por me tocar que era coisa da minha cabeça. Comecei a me sentir bem, passei um bom tempo sem me lembrar do funcionamento dos meus órgãos, mas daí surgiu um outro problema que me acompanhou por vários anos: o medo de minha mãe morrer, vou um ano inteiro antes de sair para estudar fora, mas só piorou depois que fui morar em outra cidade. Nessa época celular era luxo, o telefone fixo predominava, morava com a irmã da cunhada da minha mãe, a casa cheia de gente, mas toda vez que o telefone tocava eu ficava apreensiva, e me sentia aliviada até perceber que a ligação não se tratava de avisar que minha mãe havia morrido. Isso durou muito tempo mesmo, acho que uns cinco anos. Fiquei boa disso sem perceber, mas aí voltei a me preocupar comigo mesma

O meu pesadelo maior começou em Dezembro de 2012, completando agora um longo e terrível ano. Como já mencionei em um post anterior, ocorreu na academia, me senti mal, nunca havia sentido aquilo antes, não daquela forma.

O que senti?

Ia começar a malhar quando senti uma batimento diferente, me assustei, e meu coração continuou batendo muito rápido e diferente, nesse momento pensei na minha mãe, em mim, em uma menina que tinha morrido a pouco tempo do coração, pensei em como a minha morte ia pegar mal para a academia, pensei até no meu perfume importado que quase não uso para economizar, enfim, foi o pior momento da minha vida. Pedi pra chamar o SAMU, paguei o maior mico, a academia parou para me ver, quando me examinaram estava tudo normal, fui embora agradecendo a Deus por não ter me levado.

No dia seguinte eu estava vivendo a vida normalmente, até usei meu perfume (e por falar nele, até hoje tenho no meu armário, tenho que usá-lo senão irá vencer, rsrsr), mas o pensamento "e se eu sentir aquilo novamente" não saía da minha cabeça, e se antes eu costumava prestar atenção no meu coração, não é difícil imaginar como fiquei depois.

Meu ano de 2013 foi assim, uma luta diária, o medo me consumindo, aconteceu muitas coisas boas, mas sempre vou lembrar desse ano sem muita saudade.

Por enquanto é isso, depois termino o meu relato, feliz restinho de 2013.

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